17 de jun. de 2011

Ombudsman - Movimento estudantil da lama ao Caos?

Novamente, depois de mais um longo intervalo detrás da porta, escrevo deste lado de cá (dos docentes) sobre a movimentação estudantil da FECLESC. Julgo que os últimos acontecimentos na Faculdade e na UECE em geral demonstraram que o movimento estudantil está vivo: da lama a um Caos primitivo, fecundo. As decisões históricas das universidades públicas deste país nunca foram tomadas em gabinetes fechados, mas sim no debate franco, por vezes conflituoso, entre docentes, discentes e poder público, muitas vezes com o olhar atento ou indiferente da sociedade brasileira.
Nos últimos meses, no Brasil, brotaram algumas manifestações de luta em favor da educação básica e superior que foge da relativa calmaria que atravessou os dois mandatos do presidente Lula: a greve dos professores municipais em várias cidades brasileiras (inclusive na capital cearense), a fala emocionada da professora Amanda Gurgel no Rio Grande do Norte, as manifestações do dia 15 último, em defesa da Universidade Pública, a paródia dos estudantes da UFPB e outras. Na UECE, como nosso blog documentou, a participação da FECLESC nas cobranças à Administração Superior da UECE e à Diretoria da Faculdade foi relevante, além de uma posição política definida: opositiva às tendências educacionais profissionalizantes do Governo Cid Gomes e da presidenta Dilma, afeitas à dinâmica mercadológica e não à formação humana e à ampla disseminação do conhecimento humano acumulado. A posição dos estudantes também se coaduna com parte dos docentes da UECE que estiveram lado a lado no ato.
Como Ombudsman, devo comentar que o nosso blog está de "corpo" presente nesta retomada do movimento estudantil, uma vez que diversas ideias que nasceram e amadureceram no Conexão estiveram materializados em cartazes e falas. Isto evidencia que os estudantes que se dedicam aos projetos de extensão e pesquisa projetam uma consciência política mais apurada e conseguem vencer a barreira da inércia que paira sobre nós. Ainda com relação ao blog, julgo-o mesmo essencial neste processo de rejuvenecimento do movimento estudantil, pelo menos na FECLESC, pois ele conseguiu estabelecer uma linguagem mais convidativa à participação, agregando os centros acadêmicos e estudantes dispersos. Ouso dizer que, se não fosse este blog, a participação dos estudantes da FECLESC seria, no mínimo, mais tímida.
Por isto, volto a defender a completa liberdade de expressão. Uma de nossas últimas postagens foi uma entrevista com o professor Jorge Alberto que esclareceu algumas dúvidas dos estudantes. Com isto, podemos ouvir um pouco o outro lado da moeda, no entanto, queremos reafirmar que o espaço é eminentemente dos estudantes, que precisam conviver mais com o jogo político, dialético por natureza. Abraços e até outra vez!

Um comentário:

  1. Corroboro plenamente com o pensamento do professor Rodrigo, no que tange, a questão do movimento estudantil e a luta de todos os educadores do Brasil por melhores e mais humanas condições de estudo e trabalho, respectivamente. Os exemplos de lutas citados pelo ínclito professor, simbolizam um momento muito significativo dos conflitos de classes no país, que se agudizam todos os dias o que apontam novas expectativas para um revolta social mais radical visando à transformação concreta da realidade social injusta. Abaixo todos os governos e políticos corruptos do Brasil! Em favor de uma sociedade radicalmente humana e livre!

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